Nesta semana, o grupo de pesquisa “Cálculo de Índice de Preços”, composto por acadêmicos e professores do curso de Economia da FAHOR, divulgou mais um boletim econômico, que se refere ao mês de maio. O Boletim Econômico FAHOR é publicado mensalmente, sendo o mais completo instrumento de veiculação dos resultados de indicadores econômicos calculados para a cidade de Horizontina.

Em comparação ao mês anterior, em maio o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) FAHOR apresentou variação positiva de 2,74%. A última avaliação apontou o leite pasteurizado como o item de maior influência para a formação do índice, que faz uma média ponderada entre a variação de preços dos alimentos e seu grau de importância na mesa dos consumidores.

Dentre os grupos de produtos que compõe o índice, os que apresentaram maior variação positiva de preço foram: leite e derivados (+21,81%), tubérculos, raízes e legumes (+7,39%) e bebidas e infusões (+7,05%). Já os grupos de produtos que apresentaram maior variação negativa no mês de maio foram: carnes e peixes industrializados (-6,55%), panificados (-5,29%) e carnes (-4,78%).

“Cabe explicar que, quando se fala em variação positiva, indicamos aqueles produtos que obtiveram alta em seus preços e, quando mencionamos variação negativa, indicamos os produtos que tiveram seus preços reduzidos em relação à última coleta de preços.” - assinala Lílian Andriele de Souza, uma das pesquisadoras e acadêmica de Ciências Econômicas.

A pesquisa calcula também o valor da Cesta Básica de Alimentos para Horizontina que, no mês de abril, era de R$230,36 e, em maio, registrou o custo de R$235,59, o que representa 2,27% de aumento. Em comparação ao custo da cesta básica das principais capitais brasileiras, percebe-se que Horizontina só apresenta menor custo que a de Porto Alegre, que é a mais cara do país (R$243,43).

Dentre todos os produtos analisados, houve destaque para o café, que apresentou variação positiva de mais de 46%. Segundo a acadêmica Daiane Santos, “isso se deve ao fato de uma diminuição da produção brasileira, concomitantemente com o aumento das exportações e da demanda interna por este produto”.

O boletim traz também uma análise sobre qual deveria ser o salário mínimo em Horizontina, de forma a atender todas as necessidades vitais básicas de um trabalhador e sua família, conforme estabelecido pela Constituição Brasileira. Segundo o DIEESE, a alimentação corresponde, em média, a 35,71% das despesas de uma família e, dessa forma, considerando os produtos da cesta básica e suas devidas provisões mínimas, calcula-se que o salário mínimo em Horizontina deveria ser de R$1979,19.

Outra análise é realizada com base no salário mínimo em vigor (R$465,00), verificando-se quantas horas um trabalhador que ganha um salário mínimo deverá trabalhar em um mês, apenas para subsidiar o custo da cesta básica. Considerando-se que a constituição determina a jornada de trabalho em 220 horas/mês, este trabalhador teve que trabalhar, no mês de maio, 111 horas e 28 minutos apenas para comprar a cesta básica.