A cada ano, novos aspectos são abordados na feira Biogas Convention & Trade Fair, que em 2017 ocorreu entre os dias 12 e 14 de dezembro, em Nuremberg, na Alemanha. O professor e pesquisador da FAHOR, Engenheiro Mecânico e mestre em Engenharia de Sistemas e Computação, Adalberto Lovato participou do evento com uma comitiva gaúcha, formada por pesquisadores e suinocultores.

Lovato que participa de várias feiras e eventos europeus do setor destaca que inicialmente, focava-se muito nas pesquisas sobre a construção de biodigestores, e as pesquisas apresentadas nesse evento provêm de estudos realizados há mais de oito anos. Nesse ano, o que chamou a atenção foram pesquisas com o objetivo de separar a água do biofertilizante, uso de ultrassom para macerar o feno, flexibilização e controle da produção de energia em picos de demanda, entre outros temas.

"O foco dessa pesquisa em que a FAHOR está incluída sempre foi e será o aspecto ambiental e também a otimização do trabalho do homem do campo. Muitos jovens deixam de viver no interior pelas condições de trabalho e é isso que buscamos resolver ou sugerir melhorias. Algumas propriedades parceiras mostram que isso faz diferença na vida do campo", comentou Lovato.

O uso de biodigestores, do biogás, do biofertilizante, produtos de fontes renováveis permitirá uma qualidade de vida melhor nas pequenas cidades que hoje, dependem economicamente da produção de suínos, por exemplo. "Um grande problema hoje é a poluição pela grande quantidade de dejetos que são colocados no solo e que vai também para os lençóis freáticos, sem falar na produção de metano pelas lagoas de dejetos e no cheiro característico que essa atividade produz em seu entorno. Com o uso do biodigestor, esse dejeto é transformado em outros subprodutos que beneficiam o produtor e que pode ampliar a cadeia produtiva, fornecendo novas demandas e criando outras necessidades, como o uso de motores para a transformação da energia e a adaptação da infraestrutura, tanto em chiqueiros como nas residências", explica Lovato.

Desde o ano passado o grupo de professores e estudantes da FAHOR estão trabalhando em pesquisas para o desenvolvimento de um robô para a limpeza de chiqueiros e assim, facilitar o trabalho nesses ambientes. "Ainda precisamos trabalhar na infraestrutura dos chiqueiros a fim de que possam contribuir com o trabalho do robô e no recolhimento dos dejetos, de uma forma canalizada, talvez. Mas não temos dúvidas que é um caminho a ser trilhado por nós, pelos apoiadores que estão tomando consciência da necessidade de um trabalho nesta linha e pelo o que temos visto em países europeus, como a Alemanha, Itália, entre outros, com resultados muito positivos", informou Lovato.

Estão envolvidos nas pesquisas sobre biodigestores, professores e universidades gaúchas, representantes das indústrias e também do Governo, como a Secretaria de Desenvolvimento Rural e a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, que tem promovido audiências públicas sobre o tema em diversas cidades do RS.