Biodigestores produzem energia que pode abastecer até 140 casas

As atividades práticas dos cursos de Engenharia da FAHOR há tempo ultrapassam os laboratórios do Campus Arnoldo Schneider. Nessa semana, a turma do 9º semestre de Engenharia Mecânica, acompanhados do professor Adalberto Lovato estiveram na propriedade de Luís Carlos Gerhardt, em Santo Cristo.

O proprietário é parceiro da Faculdade Horizontina, pois tem sido um incentivador dos usos e dos benefícios de utilizar o biodigestor, já que o negócio da propriedade é a produção de suínos, a partir de matrizes. A propriedade possui quatro pocilgas de 120m de comprimento, com mais de 2 mil matrizes.

De acordo com o professor Lovato, a visita teve o objetivo de apresentar aos estudantes o funcionamento de uma das tecnologias que está sendo incentivada no país, com destaque ao Rio Grande do Sul, que tem discutido esse processo pelo Executivo e Legislativo Estadual, por meio do Grupo de Trabalho da Matriz Produtiva dos Biodigestores, que envolve Instituições de Ensino Superior, pesquisadores e órgãos ligados ao desenvolvimento rural.

“Essa propriedade possui dois biodigestores em funcionamento e geram 140 KWA de energia. Essa quantidade pode abastecer 140 residências, já que uma casa consome diariamente, 1 KWA. Ele usa pouco da energia em casa, mas em compensação, todas as pocilgas estão climatizadas, de acordo com a temperatura ideal para matrizes e filhotes. As matrizes necessitam de uma temperatura ideal de 22o e os filhotes, em torno de 32o. Além de controlar a temperatura, o custo disso é zero, pois toda a energia é gerada com dejetos dos animais”, explica o professor Lovato.

Outro destaque é o uso de controladores de temperatura no duto de dejetos. Formandos do Curso de Engenharia Mecânica já utilizaram a propriedade para desenvolver seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TFC) sendo que os trocadores de calor instalados nos dutos foi objeto de estudo recente. “Vale dizer que o estudo dos trocadores de calor e seu controle são importantes para garantir a existência de bactérias que auxiliam na decomposição dos dejetos. As bactérias utilizadas trabalham melhor acima de 15º e como temos um inverno rigoroso, é preciso mantê-las trabalhando durante todo o tempo, caso contrário, não é produzido o biogás, que é transformado em energia elétrica para a propriedade”, esclarece Lovato.