O trabalho é uma atividade humana essencial e, a qualidade de vida de uma pessoa engloba não somente seus aspectos familiares, mas também os aspectos profissionais que envolvem as relações de trabalho. No entanto, a maneira como alguns trabalhos são organizados acabam produzindo danos à saúde dos trabalhadores.  Estes danos podem ser identificados e divididos de diferentes maneiras, como por exemplo: acidentes de trabalho, desenvolvimento de doenças ocupacionais, morte de trabalhadores, entre outros fatores.

   Os dados do Ministério Público do Trabalho - MPT referentes à ocorrência de acidentes de trabalho no Brasil são alarmantes. Dentre os anos de 2012 a 2018, o Brasil gastou R$ 27,3 bilhões com acidentes de trabalho. Nesse mesmo período, os brasileiros perderam 318,4 mil dias de trabalho em razão de acidentes, levando o país a ocupar o quarto lugar no ranking entre os que mais vitimam trabalhadores. A estimativa do MPT é de que ocorra um acidente de trabalho fatal a cada 3 horas e 38 minutos.

   Para o Engenheiro de Segurança do Trabalho, Doutor em Engenharia Química e professor da FAHOR que também ministra aulas na Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Vódice Amoroz Feisther, o profissional de Engenharia e Segurança do Trabalho (EST) apresenta um papel fundamental dentro de uma empresa/organização, pois é ele quem atua na gestão da segurança e saúde ocupacional. “Sua atuação vai muito além do simples fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e diminuição dos acidentes de trabalho, ele deve proteger o trabalhador de todas as formas dentro de uma empresa e, além disso, reduzir os danos materiais a máquinas, equipamentos, instalações e ao meio ambiente. Por isso, essa área hoje está focada na prevenção e não na remediação de problemas”, explica Vódice.

   Nesse sentido, além do conhecimento técnico, é necessário que o Engenheiro de Segurança do Trabalho possua conhecimentos de Gestão em Segurança e Saúde do Trabalho. “Desenvolver uma visão global do ambiente de trabalho e como cada agente causador de dano pode se comportar é essencial. Além disso, e mais importante do que implantar os serviços de segurança é acompanhar as suas ações e prazos de cumprimento das atividades, que são exigidas nos documentos, isso mostra a importância das atividades de gestão”, comenta o professor. 

   Vódice destaca que a atuação deste profissional tem sido ampliada nos últimos anos com uma maior preocupação com o bem-estar de trabalhadores, empresas atentas à sua imagem perante a sociedade e as mudanças na legislação. “A implantação do e-Social no Brasil irá alterar significativamente a rotina dos profissionais de EST e também a dinâmica das empresas. Estas, agora deverão enviar informações sobre seus trabalhadores ao Ministério do Trabalho, Receita Federal e INSS de forma eletrônica, sendo que antes essas informações eram disponíveis apenas mediante visitas e/ou solicitações formais dos órgãos. A soma de todos esses fatores gera um campo de trabalho muito rico e dinâmico e uma profissão altamente desafiadora ao futuro profissional de EST”, afirma o docente da FAHOR. 

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