A pesquisa científica inicia nos bancos universitários, onde os jovens estudantes iniciam sua jornada acadêmica e, orientados pelos professores, mestres e doutores, também são incentivados ao pensamento científico, criando novas soluções.

E uma das grandes motivações dos grupos de pesquisa acontece quando o objeto de estudo passa a se tornar uma possibilidade real de aplicação na sociedade. Na FAHOR, são vários projetos de pesquisa desenvolvidos e, dois artigos elaborados pelo Curso de Engenharia Química estão em destaque, após a aprovação para serem apresentados no Congresso Brasileiro de Engenharia Química.

A pesquisa sobre a utilização de lodo, um resíduo industrial, para novos produtos, como tijolos maciços, tem repercutido positivamente não só entre os pesquisadores, mas também entre empresas que já se colocam como parceiras para os testes. 

 De acordo com o professor responsável pela pesquisa, Rafael Schneider, a solução surgiu a partir da observação dos impactos ambientais causados pelas atividades industriais, destacando-se a geração de resíduos e a extração de matéria-prima. “Pensando nisso, desenvolveu-se um projeto para reutilizar o lodo gerado no processo de tratamento de efluente industrial na indústria de materiais cerâmicos, reaproveitando o resíduo e reduzindo a extração de matérias-primas do meio ambiente. Aguardamos a próxima fase que é o licenciamento ambiental para o envio do lodo até uma olaria da região para ser utilizado como parte da matéria-prima na fabricação de tijolos, ao invés de ser destinado para aterro ou compostagem. O trabalho seguirá uma diretriz técnica que exige o desenvolvimento de testes em escala de bancada e também em escala industrial”, comenta o professor.

O principal objetivo é construir um tijolo maciço de barro, com propriedades termomecânicas semelhantes aos tijolos maciços tradicionais, porém utilizando um resíduo na sua composição. “Dessa forma se reduz a demanda de extração de argila, e se obtém um destino útil para o que hoje é um resíduo industrial”, afirma o professor.

A pesquisa tem participação da estudante de Engenharia Química, Camila Katzer, com apoio das professoras Darciane Kerkhoff, engenheira química e Fernanda Dresch, engenheira civil e também com apoio de duas empresas da região que disponibilizaram seus resíduos para os testes.

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