Depois do mundo VUCA (volátil,incerto, complexo,  ambíguo) que traz inúmeros desafios para a tomada de decisão, seja em pequenas ou grandes empresas e muitas vezes na vida profissional e pessoal, surge um novo conceito com novas características desse mundo novo.
O professor Marcelo Blume, vice-diretor da FAHOR  é administrador, especialista em Marketing e Mestre em Engenharia de Produção,  compartilha um artigo sobre essas novas características e como enfrentar os desafios trazidos com elas. Acompanhe: 
 
 

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"Tem muita gente buscando a expressão que melhor define o espírito desta época.  Hoje trago a luz deste espaço o que vem sendo chamado mundo BANI, uma sigla que originalmente vem do inglês: Brittle = Frágil, Anxious = Ansioso, Nonlinear = Não linear e Incomprehensible Incompreensível, mas que pode ser FANI para os brasileiros gravarem melhor.
Estes conceitos e siglas ajudam a refletir e decidir pelas posturas pessoais e empresariais para os próximos meses e anos. O mundo caótico, instável, já é assim percebido há algum tempo, especialmente por aqueles que estão nas posições de frente de várias organizações. Tentar controlar, interpretar ou evitar estas condições parece impossível, então o diferencial competitivo que os profissionais e empresas devem buscar é saber e se preparar para reagir a tudo o que acontece da melhor maneira. Como sempre, alguns ficarão estagnados “a espera de um milagre” ou melhor, esperando um bom modelo surgir, seja de um fornecedor, ou concorrente, enquanto outros, seguirão se movimentando, talvez se transformando no exemplo a ser seguido por alguém.

Quem está no jogo, se movimentando o tempo todo tem mais potencial para acertar as melhores jogadas (ou surfar a melhor onda). O consultor, palestrante e escritor brasileiro Alberto Roitman estuda o assunto e tem boas publicações a respeito de como utilizar o BANI a seu favor, começando por esquecer os modelos pré-concebidos como “receita de bolo” para crescer na carreira, fazer sucesso, ou se dar bem na vida.

Ficou muito claro que o mundo e tudo o que há nele é frágil. Vírus, ataque hacker, incêndio numa estação elétrica, avião batendo numa torre, ataque terrorista, dentre outros mostram que não há segurança alguma na forma como vivemos e que tudo pode mudar de uma hora para outra. Portanto, ter mais de um plano para nossa vida é questão de sobrevivência. Se perder o emprego, ou a empresa, ou o casamento, ou a casa, ou o carro, se ficar doente, ou tantas outras perdas, quais são seus planos? É preciso estar consciente de que não há mais garantias e tudo pode mudar em segundos. 

Precisamos tomar decisões, muito mais rápido! Não deveríamos admitir mais aquela frase recorrente e que atrasa tudo na vida: “Vamos dar uma pensada nisso”. Falta alguma variável para decidir agora? Vamos decidir com o que se tem, afinal, muita coisa pode mudar e o tempo joga contra, pois a vida é assim. Não dá para esperar para tomar grandes decisões, pois se errar é preciso ser rápido na correção e na repetição da operação ajustada.

Precisamos aprender a abrir várias janelas ao mesmo tempo e nos manter atentos ao ambiente. Não é possível atuar de maneira estruturada em um mundo desestruturado. É importante começar vários projetos ao mesmo tempo e ao longo do caminho, desistir de alguns, parar outros, incluir outros, como uma metamorfose ambulante. Efetividade precisa ser mais forte que a lógica da governança.

Tentamos encontrar lógica em tudo, mas a certeza é possível sobre um número cada vez menor de assuntos. Ao mesmo tempo é difícil explicar os porquês diante de tantas variáveis incontroláveis e o risco passa a estar presente em todas as decisões. É preciso que todos na família e nas organizações saibam assumir que tomaremos decisões com margens de erro cada vez maiores. 

Quem na sua família e quantos na sua organização estão prontos para o mundo BANI? O cliente não é propriedade da empresa, nem dos gerentes, pois ele é e sempre foi dele mesmo e é ele quem vem ditando um grande número de mudanças principalmente por aderir a algumas e não aderir a outras propostas que surgem. Vivemos na verdade uma revolução de comportamentos, que impulsiona uma revolução tecnológica. Como melhor reagir a cada uma é o novo segredo do sucesso".

Escrito por Marcelo Blume.