
Na disciplina de Análise Ergonômica do Trabalho, estudantes de Engenharia de Produção, Mecânica e Automação tiveram uma experiência pouco comum — mas essencial para quem projeta postos de trabalho, máquinas, mobiliário e interfaces com o corpo humano. A professora Eliane Garlet recebeu o profissional Gustavo Augusto Ziegler, bacharel em Educação Física, pós-graduado em Cinesiologia, Biomecânica e Treinamento Físico, para uma aula especial na última sexta, 21, sobre antropometria, biomecânica ocupacional e saúde no contexto da engenharia.
Durante o encontro, Gustavo destacou como o corpo humano reage a diferentes tipos de posturas, movimentos repetitivos que adotamos nas nossas atividades laborais e até no nosso cotidiano e também como a antropometria é determinante no desenvolvimento de produtos e sistemas seguros. Da criação de EPIs e vestimentas à definição de alturas, ângulos e espaços em postos de trabalho, cada detalhe depende da compreensão das características corporais humanas — que variam entre regiões, países e até entre pessoas da mesma estatura.
“Não existe um padrão único de corpo. Há quem seja mais alto por ter membros inferiores mais longos, outros pelos membros superiores, considerando suas diferentes limitações. Isso muda tudo na ergonomia”, explicou.
A aula também abordou conceitos de antropometria estática, dinâmica e funcional, essenciais para projetar atividades com movimentos repetitivos, posturas prolongadas ou esforços variados. Segundo Gustavo, entender essas diferenças permite criar ambientes que reduzam riscos, fadiga muscular e lesões.
“O objetivo da ergonomia é vender saúde. Muitos problemas poderiam ser evitados se conhecêssemos melhor o funcionamento do corpo”, destacou.
O convidado ainda retomou fundamentos de biomecânica, estrutura corporal e funcionamento de músculos, tendões, ligamentos e da coluna vertebral — composta por 33 vértebras que formam o eixo central do corpo. Também discutiu aspectos do metabolismo energético e sua relação com esforço físico no trabalho.
A professora Eliane reforçou: “É um conteúdo diferente, mas fundamental para compreendermos o que afeta a ergonomia e a segurança nos ambientes industriais”, destacou.
Ao final da aula, Gustavo deixou uma orientação simples, mas valiosa: incorporar exercícios físicos à rotina para aumentar a funcionalidade do corpo, prevenir dores e melhorar a disposição no trabalho — uma forma direta de aplicar ergonomia no dia a dia.