Foi realizado nesta segunda-feira, dia 21, a 3ª edição do Painel Cenários e Tendências do atual contexto Econômico do Brasil, realizado pela FAHOR, por meio do curso de Ciências Econômicas, ACIAP e Administração Municipal de Horizontina, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com apoio do Núcleo de Apoio Empresarial, Ambiente Empreendedor e Tendências Empresa Junior. A mediação do painel foi feita pelo vice-diretor da FAHOR, professor Mestre Marcelo Blume.

A economista mestre, professora e Coordenadora do Curso de Ciências Econômicas da FAHOR, Jaqueline Nogueira de Sá abordou o Crescimento Econômico e Inflação. Crédito, Consumo e Inadimplência. Trazendo ao público cenários e alternativas para 2017. No setor agropecuário, o que mais preocupa é o risco com o fenômeno La Niña que ocorrerá em 2017 e que traz muita instabilidade no clima do nosso estado. Já no setor de comércio e serviços, o que preocupa ainda é o crescente desemprego que afeta o consumo e, além disso, o consumo via liberação de créditos ainda estão reduzidos.

A alternativa mais viável nesse cenário, segundo a professora Jaqueline, é estimular o empreendedorismo. "A confiança precisa ser reconquistada", explica. Como alternativas, além de abrir o próprio negócio, a tendência para 2017 seria a formalização como Microempreendedor Individual (MEI), investir em cursos de qualificação e especialização.

Outro ponto forte no painel da professora, foi a apresentação do salário mínimo necessário para a sobrevivência levando em conta a inflação. O salário mínimo nominal é R$ 880,00 e o necessário, segundo o DIEESE, seria de R$ 4.016,27, sendo 4,6 vezes a defasagem.

O segundo painelista foi o Economista Mestre e Professor da FAHOR, Márcio Kalkmann que explanou sobre o tema: Agronegócio e Comércio Exterior. Quanto ao agronegócio foram abordados os temas de produção, consumo, exportação e impostação de grãos, etanol e carnes. Um dos pontos altos foi a apresentação da inviabilidade da produção de trigo no estado, sendo que o custo da produção de trigo no país é um dos altos no mundo. O que é preocupante, por que segundo o professor painelista, dentre as culturas que mais cresceram em relação a outros o trigo é destaque no aumento na demanda da América por trigo, de 4,9% para 7,5%.

Quanto ao agronegócio e comércio exterior mundial pode-se destacar que "espera-se queda de barreiras tarifárias e não tarifárias em produtos agrícolas, aumentando o intercâmbio, exemplos: açúcar e carnes. O Rio Grande do Sul e Paraná respondem por 90% da produção brasileira do trigo. Segundo a FARSUL, pelo viés econômico, a cultura de trigo seria inviável. Então, qual seria a alternativa ao trigo? Seria o cultivo da Canola. Em 2016, foram produzidos 10 mil hectares no município de Santa Rosa.

O advogado e também economista, Procurador do Município de Horizontina e professor da FAHOR, Tiago Neu Jardim, abordou o tema "Política Fiscal e Economia do Setor Público". Ele elencou logo de início alguns dos principais fatores que podem influenciar a política fiscal e econômica do setor público no ano de 2017, que seriam: eleição do Donald Trump, transição do Governo Dilma/Temer e PEC 241/55 (Teto dos Gastos públicos).Ele também apresentou dados interessantes de quanto pagaríamos a menos se não houvessem impostos em determinados produtos, tais como: gasolina (53% a menos), chopp (62%), itens de vestuário (35% a 40%), veículos (37% a 41%). Tiago também abordouo tema relativo a PEC 241, que agora no Senado é PEC 55, ao qual explicou que ela é uma Proposta de Emenda Constitucional que prevê limite de gastos públicos para os próximos 20 anos. O que em resumo: institui um Novo Regime Fiscal. Foram também elencados os argumentos favoráveis à PEC e contrários em uma apresentação objetiva e imparcial.

O último painelista da noite, economista mestre e professor da FAHOR Stephan Sawitzki, abordou o tema: Política Monetária e Investimentos Produtivo e /ou Especulativo. Pegando um "gancho" com o penúltimo painel, o professor Stephan iniciou explicando que "os gastos públicos dos últimos anos não foram para investimentos, e sim, para políticas sociais para aumentar o rendimentos das famílias e, com isso, aumentar o consumo. E, gastos públicos com consumo e não com investimentos no setor produtivo causam essa desestabilidade da inflação. E, como se combate a inflação? Com a redução do consumo".

Nos anos de 2008 e 2009, a política fiscal e a monetária convergiram e a economia brasileira decolou. Logo após, houve um descolamento da duas políticas trazendo a situação que nos encontramos hoje, explica Stephan. Para 2017, a tendência é que a política monetária se mantenha contracionada mas com certo alívio.

Ainda dentro dessa explanação, Stephan colocou que o descontrole dos gastos públicos é insustentável ao longo dos anos, pois a dívida pública, juros e amortizações não são pagos e, sim, arrolados, o que aumenta ainda mais o rombo no orçamento do governo. O evento foi aberto ao público e sem cobrança de ingresso. Foi solicitada apenas a doação de material de limpeza ou higiene pessoal masculina, que será repassada para a Comunidade Terapêutica da AVIPAE - Associação Vida Plena Amor Exigente - de Ponte Pratos.