O grupo de pesquisa e extensão “Cálculo de Índice de Preços”, do curso de Economia da FAHOR, acaba de divulgar mais um boletim econômico. O IPC-FAHOR, que apresenta a variação mensal dos preços ao consumidor, ponderada segundo seus hábitos de consumo, avalia o comportamento dos preços de uma cesta com 91 alimentos, disponíveis em 4 mercados, 5 bares e restaurantes e 4 vans de lanches do município. No mês de abril, o IPC-FAHOR registrou variação positiva de +2,12% em relação ao mês de março. Isso significa dizer que o custo das famílias com alimentação (no que se refere aos 91 produtos elencados na cesta de alimentos pesquisada), ficou +2,12% mais caro do que no mês anterior.

Dos grupos de produtos pesquisados, aqueles que tiveram variação positiva, ou seja, aumento de preços, influenciando significativamente o cálculo do ICP-FAHOR, podem-se citar tubérculos, raízes e legumes (+24,97%), hortaliças e verduras (+11,52%) e carnes e peixes industrializados (+10,76%). Já os que tiveram variação negativa, ou seja, redução de preço, foram os cereais, leguminosas e oleaginosas (-6,76%), aves e ovos (-3,38%) e bebidas e infusões (-1,96%). Segundo as estudantes do curso de Economia da FAHOR, Cândida Bavaresco e Gisele Padoin, o item de maior alta de preços foi o tomate, que registrou elevação de +35,36%, justificado pelo fim da safra de verão e pelo elevado custo de produção. Além disso, a estiagem afetou a produção gaúcha de tomate, fazendo com que o produto seja transportado de outros estados (São Paulo, principalmente) até Horizontina, o que também aumenta os custos com o transporte deste produto.

Já quando se fala em Cesta Básica, que avalia uma lista de produtos padrão para todo o país e, ainda, comparando o comportamento do custo da cesta básica em Horizontina com o custo das cestas básicas das capitais dos estados do Brasil, podemos afirmar que em nosso município constatou-se um aumento bastante considerável, de +3,05%, custando R$228,10. O aumento do custo da cesta básica repetiu-se na maioria das capitais brasileiras (em média de +0,73%), porém não em níveis tão acentuados como em nosso município. Comparativamente às capitais brasileiras, percebe-se que a cesta básica de Horizontina só apresenta menor custo que a de Porto Alegre (R$234,81), que é a capital que continua apresentando o maior custo para a cesta básica de alimentos.

A principal justificativa para a alta dos preços dos alimentos em Horizontina, tanto dos produtos da cesta básica, quanto dos 91 produtos avaliados para a formação do IPC-FAHOR, é o longo período de estiagem que a região enfrenta, uma vez que os estoques de produtos in natura (não industrializados), produzidos localmente, diminuíram ou se esgotaram, forçando os pontos de venda a buscar estes produtos fora, de outras regiões ou estados, com maior custo de transporte e por vezes com maior preço.