O professor, mestre em Meteorologia e Doutor em Física, Geovane Webler ministrou nos dias 15 e 16 de dezembro, o Curso de Qualificação em Radiações. O curso que acontece junto ao MBA em Segurança do Trabalho da Faculdade Horizontina proporcionou aos profissionais o conhecimento para a gestão dos riscos associados às atividades em que há exposição a radiações, a partir da identificação, monitoramento e definição de medidas de controle dos agentes ambientais.

“O objetivo é capacitar os participantes quanto à presença ou não de radiação em níveis aceitáveis. Além disso, capacitá-los a construir condições para que a exposição ocupacional à radiação, se inevitável, seja mínima”, comentou Geovane.

O professor explica que existem radiações ionizantes e não ionizantes e que, o efeito da radiação nem sempre é notado. “Em casos de exposições muito frequentes, as consequências podem aparecer em forma de doenças muito tempo após as exposições. Estas radiações ionizantes estão presentes em exames de Raio-X e em tratamentos com Medicina Nuclear, por exemplo. Já as radiações não ionizantes, em geral, se restringem a efeitos térmicos (aquecimento). A radiação solar, por exemplo. Notamos seu efeito através do aquecimento. A radiação solar, ondas de rádio e telefonia são exemplos de radiação não ionizante”, explicou Webler.

De acordo com o professor, os riscos dependem do tipo de radiação ao qual se está exposto, a dose e o tempo de exposição. “No caso de radiações ionizantes, ao contrário do que se possa imaginar, os efeitos nocivos à saúde podem ocorrem mesmo com a exposição a pequenas doses de radiação, da mesma forma se a exposição for frequente”, alertou.

Como nossa região é bastante voltada à agricultura há um grande número de trabalhadores expostos à radiação solar. “Existem estudos, inclusive, que indicam que o estado do Rio Grande do Sul possui o maior índice de câncer de pele do Brasil. Trabalhadores da indústria metalúrgica, em especial os atuantes em processos de soldagem, também estão expostos à radiação emitida durante a solda. Por isso a importância do uso de equipamentos de proteção individual”, indicou.

Em geral as formas de proteção aos efeitos da radiação são bem conhecidas e acessíveis. Isto não garante, porém, que todas as providências em relação à prevenção estejam sendo tomadas. “Um exemplo clássico é o uso do protetor solar. Deveríamos, todos, usar este produto para nos proteger do efeito da radiação solar. No entanto, sabemos que a maioria da população não faz seu uso regular. Os trabalhadores da indústria também não devem abrir mão do uso de equipamentos de proteção”, destacou o professor.