No ano de 1934, Friedrich Ellinger deu o primeiro relato acerca da avaliação da eficácia protetora dos protetores solares. Ele realizava a determinação da Dose Eritematosa Mínima (DEM) na pele protegida e não protegida e, com isto, conseguiu propor um coeficiente de proteção. Já em 1956, Rudolf Schulze propôs a avaliação de fotoprotetores, posteriormente denominado de “Fator Schulze”. Este método foi utilizado durante décadas em países europeus como referência na avaliação de protetores solares.
Entretanto, apenas no ano de 1974 o termo Fator de Proteção Solar (FPS) foi introduzido por Greiter, sendo somente uma nova designação do já conhecido método Schulze. O termo FPS passou a ser utilizado no mundo todo, no entanto, por falta de padronização, os valores numéricos encontrados e utilizados nos fotoprotetores apresentavam variações – problema que foi resolvido mais tarde, em 1978, pela agência regulatória Norte-Americana, que propôs a primeira normatização para a determinação do FPS.
Após a normalização, determinou-se que o valor de FPS seria encontrado por meio da razão numérica entre a Dose Eritematosa Mínima (DEM) da pele protegida pelo fotoprotetor em questão, aplicado na quantidade de 2mg/cm², e a Dose Eritematosa Mínima da pele não protegida, conforme a equação abaixo:
FPS= DEM (pele protegida) / DEM (pela não protegida)
A eficácia de um protetor solar é medida em função do seu FPS, o que indica a quantidade de tempo que pode ser aumentada em exposição ao sol, sem o risco de eritema. Em certas condições, uma pessoa de pele clara pode ficar exposta ao sol sem protetor solar em média de 20 minutos, mas com um protetor de FPS = 15, por exemplo, poderá ficar aproximadamente 300 minutos em exposição ao sol, pois 20 minutos x 15 = 300 minutos.
Desta forma, nota-se que a diferença entre os protetores solares em relação ao FPS está no tempo de exposição ao sol que cada protetor proporciona de acordo com o seu número de FPS. Quanto maior for o número, maior será o tempo em que a pele ficará protegida frente a radiação UVB.
Escrito por Jadielson Rodrigues da Silva e Carolina Marcela Kerkhoff, estudantes do curso de Engenharia Química.
Fonte:
SCHALKA, Sergio. Influência da quantidade aplicada de protetores solares no fator de proteção solar (FPS): avaliação de dois protetores solares com os mesmos ingredientes e diferentes concentrações. Dissertação de mestrado, São Paulo, 2009.
FLOR, et al. Protetores solares. Química Nova, Araraquara, vol. 30, No. 1, 2007.
ARAÚJO, T. S.; Souza, S. O. Protetores solares e os efeitos da radiação ultravioleta. Scientia plena. São Cristóvão, vol. 4, 2008.