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Recém-formado na 14ª Turma de Engenharia Mecânica da FAHOR, o egresso Leandro Dalcin relembrou alguns momentos importantes da vida acadêmica antes de viajar para São Paulo, onde vai trabalhar no setor de Suporte de uma multinacional. Foram seis anos de muito estudo, desafios e superação na vida de estudante, morador da comunidade de Rocinha, Três de Maio. Desde criança vivendo no interior, cresceu vendo a família trabalhar na lavoura, cuidar dos animais e sempre participou das atividades, aprendendo como é a vida de agricultores.

Quando chegou sua vez de ir para a faculdade, inspirado no irmão mais velho, Rafael Dalcin, também formado em Engenharia Mecânica pela FAHOR, disse que queria trabalhar com aquelas atividades que via o irmão fazer. Contudo, naquele ano Leandro não passou para o vestibular de Engenharia Mecânica, o mais concorrido da FAHOR e iniciou o curso de Engenharia de Produção. No ano seguinte, fez a prova novamente e então começou a realizar seu sonho.

“Desde os primeiros meses de faculdade tive que trabalhar. Era um pouco longe pra eu vir todos os dias e não tinha transporte de casa até o Campus. Então, passei a dividir um apartamento com colegas e trabalhei no Senai, em Horizontina, por dois anos. Depois, fui trabalhar na SR Máquinas, onde aprendi muito, desde usinagem, cortes, desenhos. Mas eu sempre tive vontade de estagiar ou trabalhar na John Deere”, conta ele.

O guri tímido, que nem olhava nos olhos quando precisava conversar, aos poucos foi se desenvolvendo e da necessidade, fez a oportunidade e aproveitou todas como aprendizado. “Eu cresci muito quando passei a trabalhar e a conviver mais com os professores nos projetos da Faculdade. Eu precisava das coisas e precisava conversar e pedir, e isso foi me dando mais segurança, fui perdendo a timidez porque eu precisava superar isso para alcançar meus objetivos. Quando conheci o Baja, queria ser piloto. Então comecei a criar metas. Para ser piloto, precisava de um carro. E assim motivei a equipe e colegas para construirmos um.”, relembra. Leandro participou da equipe desde 2014  e algumas competições como piloto.

Além de ser piloto, Dalcin não desistiu de estagiar na John Deere, pois acreditava ser uma experiência importante para sua carreira. E ele tentou por três vezes. “Eu nunca pensei em desisitir, sempre me preocupava com o que eu precisava melhorar para ser selecionado”. Até que em 2018, conseguiu a vaga. “Um tempo depois, meu chefe me chamou e disse que eu precisava melhorar meu inglês. Fazia cursinho, mas não era o suficiente e eu perguntei pra ele se um intercâmbio seria bom. Ele disse que eu poderia me esforçar mais no Cursinho, mas que me apoiaria se eu quisesse viajar para fora do país. Foi então que tomei a decisão de planejar o intercâmbio”, conta Leandro.

O intercâmbio

De 17 de janeiro a 16 de fevereiro de 2019, esteve em Chicago, nos Estados Unidos, realizou seu sonho de ver a neve, enfrentou um frio de -29 graus e conheceu o Setor de Suporte Global da empresa que trabalhava e os colegas americanos, com quem tentava se comunicar de Horizontina. “Conhecer a equipe pessoalmente foi uma sensação muito interessante, pois eram meus colegas, com quem sempre falava ao telefone. Foi uma experiência incrível e não me arrependo de nada que eu fiz para conquistar esse sonho”, conta ele ao relatar que vendeu seu carro para pagar a viagem e hospedagem por 30 dias nos Estados Unidos.

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“Eu tinha curso de idioma inglês todas as manhãs, de tarde eu saía com outros intercambistas para conhecer uns lugares e de noite ficava com a família que me abrigou esse tempo. Eles tinham 2 filhos pequenos, de 6 e 8 anos que me pediam para ler histórias para eles. Eu lia, e eles me corrigiam e me ensinavam a falar as palavras certas. Foi uma experiência que eu jamais imaginava e eles me ajudaram muito, pois meu inglês agora é bem melhor”, afirma.

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Leandro destaca que sua experiência no campoe sua dedicação, sua vontade de aprender e de melhorar todos os dias foram determinantes para a vaga que conquistou após a formatura. Ao encerrar o estágio na John Deere de Horizontina, Leandro alcançou uma vaga em outro nível, na cidade de Campinas, São Paulo. 

“Cada não que eu ganhei me fez buscar mais coisas. Quando a gente é mais novo até fica chateado às vezes, pensa que é muita coisa estudar, trabalhar, participar de projetos, perder finais de semana. Mas eu vi que quando eu ensinava meus colegas, saía da zona de conforto e aprendia muito mais e hoje eu vejo que tudo isso foi muito importante. Eu cresci muito estudando aqui e sou grato por todos os desafios que eu passei”, encerra o jovem.

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