Desde o início dessa semana a gasolina automotiva do Brasil passa a ter um novo padrão de qualidade. As novas especificações da gasolina comercializada no Brasil, estabelecidas pela Resolução 807/2020 da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) prevê, em seu artigo 16, novas especificações para a gasolina automotiva, afetando sua massa específica, sua volatilidade e o teor de octanagem. Com essas mudanças a gasolina brasileira traz um avanço expressivo em tecnologia e evolução refletindo a evolução dos motores e dos veículos, oferecendo maior desempenho. 

O engenheiro químico e professor Rafael Schneider explica sobre as principais mudanças para a nova gasolina, entre elas, a massa específica, que passa a vigorar em 715 kg/m³, ou seja, na gasolina tipo C, que está presente na bomba dos postos, a quantidade mínima de massa de gasolina já com teor de etanol anidro, passa a ser de 715g por litro de combustível.

Na volatilidade, o patamar de temperatura máxima para vaporização de 50% do combustível não poderá ultrapassar 80°C, sem alteração na gasolina encontrada nos postos.  “Essa mudança reduz a possibilidade de adição de gasolinas mais voláteis, que evaporam mais fácil”, destaca o professor.

 E a última mudança significativa são os limites de octanagem. “Octanagem é uma medida de quanto uma gasolina (mistura de vários componentes) resiste a explodir quando submetida à pressão (quando a Câmera de Combustão está fechando antes da explosão). Quanto maior a octanagem, maior a resistência à explosão pelo efeito da compressão do motor, o que permite obter maiores eficiências”, explica Rafael. 

Dessa forma a octanagem vai aumentar sensivelmente. Esse índice é medido por "RONs" e significa a resistência à detonação (queima do combustível). A gasolina do tipo C, passa de 87 para 93. Apesar das alterações o percentual de etanol adicionado à gasolina não vai mudar: 27% para o combustível comum e aditivado e 25% para o de alta octanagem (Premium).

Essa atualização substitui os padrões vigentes desde 2013, e pode sim impactar no preço da gasolina na bomba. “Porém se 2020 nos ensinou algo sobre o preço dos combustíveis, é a importância da Lei de Oferta e Demanda”, destaca o professor.

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Foto: Divulgação/Petrobrás